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Suga e Biden planejam fortalecer aliança Japão-EUA em conversa por telefone
O primeiro-ministro Yoshihide Suga conversou por telefone com o presidente Joe Biden na quinta-feira. Essa foi a primeira conversa dos dois, desde que o novo presidente dos Estados Unidos tomou posse na semana passada.
O principal motivo da conversa foi de fortalecer a aliança entre os dois países, além de trabalharem em conjunto para criar uma região Indo-Pacífico livre e aberta.
Biden ainda renovou o “compromisso inabalável” dos Estados Unidos em proteger as ilhas Senkaku de qualquer ameaça chinesa.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Japão e a Casa Branca, as ilhas Senkaku são um conjunto de ilhotas desabitadas administradas pelo Japão que a China quer reivindicar como território chinês.
Suga espera que o fortalecimento da aliança entre os dois países seja benéfico, principalmente nas questões sobre a segurança.
Com o aumento militar na China e os programas nucleares e de desenvolvimentos de mísseis na Coreia do Norte, Suga espera poder contar com a ajuda de Biden.
Depois da conversa de aproximadamente 30 minutos, Suga disse a repórteres: “Gostaria de aprofundar meu relacionamento pessoal com o presidente Biden e trabalhar para fortalecer a aliança Japão-EUA”. Suga ainda acrescentou que espera visitar os Estados Unidos o mais rápido possível.
Ambos ainda concordaram em se referir um ao outro pelos primeiros nomes, Yoshi e Joe, para demonstrar a proximidade da relação bilateral entre seus países.
Os chefes de defesa e ministros das Relações Exteriores de ambos os países confirmaram que as ilhas Senkaku estão cobertas pelo Artigo 5 do tratado de segurança Japão-EUA de 1960.
Dessa forma, os líderes concordaram que as ilhas no Mar da China Oriental, devem ser administradas pelo governo japonês.
Suga e Biden concordaram ainda em trabalhar com Austrália e Índia, membros do chamado Quad de democracias regionais.
De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, o intuito é aumentar a cooperação de defesa em meio ao posicionamento da China na região Indo-Pacífico.
Os líderes também afirmaram cooperar para enfrentar questões globais, incluindo as mudanças climáticas, bem como a pandemia do coronavírus, que matou mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo.
Suga ainda cumprimentou Biden por retornar ao Acordo de Paris de 2015 sobre as reduções nas emissões de carbono e por não se retirar da Organização Mundial de Saúde.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Biden convidou Suga para participar de uma cúpula sobre mudança climática, marcada para o dia 22 de abril.
Sobre a Coreia do Norte, ambos concordaram sobre a necessidade de uma desnuclearização completa de acordo com o Conselho de Segurança da ONU.
Suga também pediu o apoio do governo americano para resolver a questão do sequestro de japoneses pela Coreia do Norte nas décadas de 1970 e 1980.
Eles ainda conversaram sobre a Coreia do Sul, que está em desacordo com o Japão por causa das “mulheres de conforto”, que serviam de escravas sexuais para o exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial.
Biden tomou posse no dia 20 de janeiro, após vencer as eleições em novembro de 2020.
Desde então, Biden tem entrado em contato com vários líderes mundiais, incluindo o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente russo Vladimir Putin.